Unidade 3: Ciberbullying: Como preveni-lo, e como se proteger

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O bullying pode ser prevenido no mundo físico através de medidas como informar os professores, os pais ou pessoas responsáveis que possam resolver o problema na escola. Medidas preventivas semelhantes aplicam-se ao mundo em linha, mas é importante abordá-las de uma perspetiva diferente porque, no mundo físico, pode ser difícil prevenir o bullying, especialmente quando o agressor recorre a ataques físicos sem motivo aparente. No entanto, o ciberbullying pode ser eficazmente prevenido na Internet, onde a proteção pessoal é fundamental, porque a Internet pode ser uma plataforma para causar danos ainda maiores do que no mundo físico.

O ciberbullying ocorre frequentemente entre indivíduos online, mas tem um impacto mais significativo na vítima. Por conseguinte, todos os utilizadores da Internet devem tomar medidas para se protegerem deste tipo de ataques. Eis algumas medidas para se proteger ou evitar a ciberperseguição online:

Nunca partilhe publicamente as suas informações pessoais. Esta é uma das formas mais eficazes de se proteger online, uma vez que um agressor não pode utilizar indevidamente as suas informações pessoais para o prejudicar.
Evite partilhar fotografias demasiado pessoais, uma vez que um agressor pode utilizá-las contra a vítima.
Use de contenção e civismo ao expressar as suas opiniões online. Um comportamento agressivo ou assertivo online, como um comentário agressivo a uma publicação de uma celebridade, pode torná-lo num alvo de bullying em grupo.
Proteja as suas contas online com palavras-passe seguras e não as partilhe com ninguém.
Tenha cuidado com as notícias falsas, pois estas mensagens podem conter ligações para sítios ou ficheiros perigosos através dos quais um agressor ou atacante pode obter as suas informações sensíveis e utilizá-las para o ameaçar.
Evite adicionar pessoas que não conhece aos seus contactos, uma vez que alguém conhecido pode tornar-se um agressor.

Se já foi vítima de ciberassédio, ainda é possível tomar medidas. Em primeiro lugar, é essencial identificar o tipo de ciberassédio e, em seguida, determinar as medidas adequadas com base na situação. Se o ciberassédio estiver a ocorrer na escola, o aluno pode discutir o assunto com um professor, que o poderá abordar com base na gravidade da situação. Em casos mais graves, pode ser necessário envolver as autoridades policiais. Se a vítima for um adulto e a sua vida estiver em risco devido ao agressor, é imperativo notificar imediatamente a polícia.

Para as vítimas que estão a lidar com a provocação do agressor:

Se possível, ignorar o agressor.
Bloquear o agressor nas redes sociais.
Preservar as provas do ciberbullying.

Exemplo prático

Publiquei um vídeo de mim próprio a cantar uma canção no YouTube. Cerca de cinco dias mais tarde, deparei-me com um vídeo criado por uma pessoa anónima que tinha pegado no meu vídeo, diminuído a velocidade e feito zoom na minha cara. Essa pessoa deixou um comentário no vídeo dizendo: “Ela é tão feia… Odeio-a….” Assustou-me porque não fazia ideia de quem faria algo assim. Parecia que tinha sido preciso muito tempo e esforço para criar um vídeo tão odioso, por isso a pessoa devia mesmo não gostar de mim.

(rapariga de 15 anos da Califórnia)

O que deve esta rapariga fazer? Foi uma boa decisão partilhar o que aconteceu, especialmente com amigos próximos, familiares e/ou profissionais de saúde. Procurar ajuda e apoio é fundamental. A rapariga que publicou o vídeo da cantoria não fez nada de errado e as pessoas em quem ela pode confiar irão, sem dúvida, tranquilizá-la quanto a isso.

O passo seguinte é denunciar este comportamento aos administradores da plataforma onde o vídeo editado foi publicado, para que possam ter conhecimento da situação e tomar as medidas corretivas e preventivas adequadas.

Exemplo prático

Sou viciado na minha Xbox e gosto sempre de jogar nessa consola. Recentemente, comprei um novo jogo chamado Halo, que oferece o Xbox Live Gaming. Inicialmente, foi muito divertido. No entanto, um dia liguei a consola, iniciei o Halo e percebi que ninguém queria jogar comigo. Isto tirou muito do prazer do jogo, porque o principal atrativo era jogar online com outras pessoas. Até os meus amigos não queriam jogar comigo, o que era bastante frustrante, e senti-me isolado. Pedi-lhes que parassem, mas eles riram-se. No início, não sabia o que fazer, mas acabei por decidir contar aos meus pais. Felizmente, os meus pais falaram com os pais dos meus amigos e, com o tempo, estes aperceberam-se de que o seu comportamento era errado e imaturo. Após este incidente, os meus amigos tentaram incluir-me em tudo, pediram desculpas sinceras e explicaram que não se tinham apercebido do quanto as suas ações me tinham afetado.

(Esta história não tem atribuição de autoria: a idade e a localização do rapaz são desconhecidas)

Tal como na história anterior, foi positivo o facto de o rapaz ter partilhado a sua experiência com pessoas em quem confiava. Felizmente, isso foi suficiente para retificar a situação. Além disso, a partilha da história com o mundo em geral pode ser útil para pessoas em situações semelhantes e pode contribuir para a compreensão de que certos comportamentos, mesmo que não intencionais, podem ser prejudiciais para os outros.